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Diagnóstico do Biscoito de Amor



A alguns meses a palavra "diagnóstico" se tornou sinônimo de ansiedade e preocupação tanto para a Tami quanto para mim.

Na primeira internação os pediatras avaliaram o quadro clínico de PLAQUETOPENIA GRAVE do Benício como sendo PTI - Púrpura, porém, havia uma insegurança neles quanto ao diagnóstico. Tanto que com um quadro de PTI clássica ele deveria ficar no hospital por não mais do que 5-7 dias, tempo de aplicação do corticóide, medicação que se aplica a esses casos e faz com que as plaquetas subam.

Essa internação do Benício durou 11 dias, e apenas no quinto dia os corticóides começaram a ser ministrados. Até então, o Benicio era avaliado e examinado por vários profissionais de pediatria e uma Hemato(adulto), observado que o Ruth Carodso não possui especialista onco e hemato pediatra.

Os pediatras apesar de "segurarem" o início do tratamento da PTI afirmavam que era PTI Clássica e fim de conversa. Uma Hemato Adulto, se mostrou muito dedicada ao caso do Benício, mesmo ela não sendo da pediatria. Ela e algumas enfermeiras nos orientou a buscar um especialista onco-hemato-pediatra PARTICULAR assim que saíssemos do Ruth Cardoso. E assim fizemos.

De forma genérica, o quadro de PTI é um quadro de uma doença auto imune que não tem um exame que define POSITIVO ou NEGATIVO para a PTI... Existe um quadro clínico "compatível com PTI", ele é aplicado quando ainda não se encontrou nenhum POSITIVO para nenhuma outra doença.

Aos pais que são veteranos mas que GRAÇAS AO BOM DEUS nunca enfrentaram problemas hematológicos ou oncológicos, eu consigo fazer com que vocês me entendam facilmente com uma palavra: VIROSE.

Todos os veteranos já ouviram isso. Quando? Quando não se sabe exatamente o que o seu filho tem.

Popularmente se diz que "coração de mãe não se engana". Procede, a Tami estava correta o tempo todo, pois sempre afirmou categoricamente que a PLAQUETOPENIA GRAVE que ele apresentava não era apenas PTI. Confesso que meu otimismo no início chegou a me sugerir que ela pudesse estar errada, mas os sintomas e a forma como o Benício definhou me fizeram abraçar essa luta tão ferozmente quanto ela.

Saímos do Ruth Cardoso com o Benício medicado e com mais de 100 mil plaquetas, observando que essa medicação faria efeito por algum tempo. Poucos dias depois notamos ele piorando e fizemos um hemograma por conta própria: As plaquetas haviam despencado para 28 mil.

Conseguimos uma agenda com uma especialista onco hemato-pediatra de Florianópolis, ela avaliou o Benício e imediatamente o direcionou para internação(encaminhamento ao lado) no Joana de Gusmão.

Nesta internação de seis dias, em dezembro de 2023, o Benício foi medicado com cinco doses de imunoglobulina humana IV na tentativa de "corrigir" o funcionamento do seu sistema imunológico e a produção de plaquetas pela medula.

Após a medicação as plaquetas chegaram a 229 mil, mas dois dias depois estavam em 177 mil e três dias depois em 104 mil, o que caracteriza que PLAQUETOPENIA persiste.

Graficamente conseguimos visualizar a montanha russa que está no sistema de produção de plaquetas do Benício:





Dentre os dezenas de exames laboratoriais efetuados, foi identificado no Benício a reagência do EPSTEIN-BARR(exame ao lado), que é simplesmente o Mais POTENTE vírus indutor de transformação e crescimento celular conhecido que tem capacidade de causar uma pane no sistema imunológico, gerando alterações celulares que podem ocasionar:

- Otites.
- Síndrome de Guillain-Barré
- Cancro do nariz, da garganta e gástrico.
- Linfoma de Burkitt.
- Linfoma de Hodgkin.
- Pneumonia intersticial.
- Pancitopenia (diminuição do número de células do sangue)
- Uveíte (inflamação da úvea, a camada vascular do globo ocular)


Pode ocasionar? Relativo não? Relativo, mas dentre os itens acima o Benício nestes poucos meses já apresentou Otite, Pneumonia e Uveíte. Apresentando AGORA sintomas indicativos de outros itens, de natureza ainda mais grave.

15 a 20 % de todos tipos de câncer são causados
por vírus recidivos como o Espein-Barr


Infelizmente atualmente estamos sendo atendidos pelo SUS, onde dependemos da boa vontade de alguns médicos mais investigativos e da disponibilidade de recursos dos hospitais públicos para exames mais detalhados, rápidos e precisos.

Buscamos não depender mais disso, para que o Benício possa sobreviver, crescer feliz e saudável. E que nunca mais ele apresente hemogramas que apresentam enorme risco de morte, como este: